quinta-feira, 28 de abril de 2011

Qual SGBD devo utilizar para minha implementação?


Tenho acompanhado inúmeras discussões sobre qual é o melhor SGBD? Qual é o SGBD que deve ser utilizado? E por ai vai... Quando me incluem na discussão, minha resposta é sempre DEPENDE, aliás, no papel de analista, essa deve ser uma palavra muito utilizada!

Mas depende de que? Bem, aí a resposta passa a ser mais longa.

A aplicação de um SGBD ideal em um projeto depende dos objetivos do projeto. Esses objetivos são, inicialmente, identificados nas etapas de levantamento e análise de requisitos. Essa etapa é realizada para identificar todas as necessidades (requisitos de forma geral) que o software deverá atender. Esta tarefa é tão importante que a engenharia de software propõe uma engenharia específica, a engenharia de requisitos, no qual, incluem o estudo de viabilidade, o levantamento e análise de requisitos, a especificação de requisitos, a validação de requisitos e o gerenciamento de requisitos.

Bem, nesse momento já demos o primeiro passo para definirmos o melhor SGBD para uma determinada aplicação. Tendo aprendido e compreendido todos os requisitos, devemos projetar o banco de dados de forma que atenda a esses requisitos especificados, garantindo a integridade de dados, eliminando a redundância e estabelecendo uma arquitetura compreensível por todos os integrantes da equipe. Para isso é importante seguir algumas etapas propostas no projeto de dados, que são a Modelagem Conceitual, Lógica e Física.  

Com o estudo de viabilidade, a especificação e validação dos requisitos e a modelagem conceitual, concluídos já é possível ter argumentos que permita realizar uma melhor escolha de um SGBD. Dentre esses argumentos, podemos citar uma característica física como a consideração da carga de trabalho que será exigida do SGBD. Com esse fato, já é possível eliminar algumas ferramentas. Também devemos considerar características técnicas do SGBD, como plataforma de sistema operacional, paradigmas ou o serviço de persistência para o caso de aplicações orientadas a objeto, portabilidade e integração com ferramentas Case. E claro, o custo ou não custo e a relação custo/benefício também devem ser levadas em consideração.

Para entender melhor, vou explicar o que são as modelagens conceitual, lógica e física.
  • Modelagem Conceitual: neste momento, inicial, é produzido o esquema conceitual do banco de dados, representando os requisitos em entidade e relacionamento, independente do SGBD que será utilizado, preocupando-se apenas na estrutura que será utilizada para manter os dados.
  • Modelagem lógica: É a evolução da modelagem conceitual. Na modelagem lógica, é definido o modelo de banco de dados normalizado, validado, identificado as chaves e relacionamentos, é aplicados padrões de nomenclatura, integridade referencial estrutural, entre outras. Nesse momento, a escolha do SGBD já deve ter sido feita, pois, essa modelagem depende diretamente do SGBD aplicado.


  • Modelagem física: refere-se ao processo de definição da estrutura de armazenamento, no qual, são especificados os caminhos de acesso para o banco de dados de acordo com o desempenho requerido nos requisitos não funcionais. Há alguns critérios, como o tempo de resposta, utilização de espaço e taxa de processamento de transação que orientam a especificação de um projeto físico.


Por fim, para escolher um SGBD que atenda adequadamente um determinado projeto é importante ter bom senso e realizar uma escolha viável técnica e financeiramente, ou seja, que esteja dentro das possibilidades financeiras da empresa e atenda as especificações de requisitos levantadas até então, da forma completa possível. 

Um comentário:

wagaum disse...

Concordo plenamente Profª Kessia. Acredito que uma outra dúvida em relação a Banco de Dados tem rondado não somente os desenvolvedores mas também os clientes porque são eles quem pagam, e nem sempre o melhor custo é o melhor benefício, pois o cliente é "Obrigado" a ter um SGBD que esteja dentro dos padrões financeiros e este pode não atender totalmente as necessidades. Ótimo POst. Abraço